FDS – FICHA DE DADOS DE SEGURANÇA

O que é FDS

A sigla FDS significa Ficha de Dados de Segurança. É um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme NBR 14725 2023, em substituição à antiga FISPQ (NBR 14725-4). 

Produtos químicos

Em nosso ambiente cotidiano seja em casa ou no trabalho, sempre temos algum tipo de contato com produtos químicos. Eles estão lá para nos auxiliar, no entanto, alguns são altamente prejudiciais.

Quem não se lembra do barulho que tivemos no Brasil a algum tempo atrás por causa do formol utilizados em salões de cabeleireiras?

Como no caso do formol, muitas vezes lidamos com produtos químicos de forma inadequada, e a FDS vem exatamente para nos avisar dos riscos, medidas de proteção e cuidados que devem ser adotados no manuseio e transporte desse tipo de produto.

Para que serve?

A FDS é um documento que fornece informações sobre vários aspectos da substância ou mistura quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente.

A FDS é o meio de o fabricante do produto divulgar informações importantes sobre os perigos dos produtos químicos que fabrica e comercializa.

Como temos acesso a FDS?

O fabricante/fornecedor deve disponibilizar as fichas junto com o produto, pois trata-se de um documento obrigatório para a comercialização destes produtos. Ela é um direito de quem adquire o produto. E deve ficar a disposição de todos os que trabalham com o produto.

 

Como é formada?

O documento é dividido por seções e contemplam informações sobre vários aspectos do produto. Para esses aspectos, a FDS fornece informações detalhadas sobre os produtos e também sobre ações de emergência a serem adotadas em caso de acidente.

Para facilitar o conhecimento sobre esse documento, segue abaixo a descrição de cada tópico com sua referida utilidade e usualidade.

As seções da FDS:

1 – Identificação

Informações mínimas: identificação do produto;  outras maneiras de identificação; usos recomendados e restrições de uso; detalhes do fornecedor (incluindo nome, endereço, número de telefone etc.); número do telefone de emergência

2 – Identificação de perigos

Informações mínimas: classificação GHS da substância/mistura ou outra informação nacional ou regional; elementos de rotulagem do GHS, incluindo frases de precaução (pictogramas de perigo devem ser fornecidos através de uma reprodução gráfica dos símbolos em preto e branco ou através do nome do símbolo, por exemplo “chama”, “ossos cruzados”; outros perigos que não resultam em uma classificação (por exemplo: perigo de explosão das poeiras”) ou outros que não sejam cobertos pelo GHS.

3 – Composição e informações sobre os ingredientes

Informações mínimas:

Substância:
 a) identidade química;
 b) nome comum, sinônimo etc.;
 c) número de registro CAS e outros identificadores únicos;
 d) impurezas e aditivos estabilizantes que sejam classificados
e que contribuam para a classificação da substância.
Mistura:
 a) identidade química;
 b) número de registro CAS;
 c) concentração ou faixa de concentração.

4 – Medidas de primeiros-socorros

Informações mínimas: descrição das medidas necessárias, subdivididas de acordo com as diferentes rotas de exposição, isto é, inalação, contato com a pele, contato com os olhos e ingestão; sintomas mais importantes, agudos ou tardios; indicação de atenção médica imediata e tratamentos especiais se necessário.

5 – Medidas de combate a incêndio

Informações mínimas: meios de extinção adequados (e inadequados); perigos específicos provenientes do produto (por exemplo, produtos perigosos da combustão); equipamentos de proteção individual e precaução para equipe de bombeiros.

6 – Medidas de controle para derramamento ou vazamento

Informações mínimas: precauções pessoais, equipamentos de proteção e procedimentos de emergência; precauções ao meio ambiente; métodos e materiais para contenção e limpeza.

7 – Manuseio e armazenamento

Informações mínimas: proteções pessoais para manuseio seguro; condições para armazenamento seguro, incluindo qualquer incompatibilidade;

8 – Controle de exposição e proteção individual

Informações mínimas: parâmetros de controle, por exemplo, limites de exposição
ocupacional ou limites biológicos; medidas de controle de engenharia; medidas de proteção pessoal, como equipamentos de proteção individual.

9 – Propriedades físicas e químicas

Informações mínimas:  estado físico; cor; odor; ponto de fusão/ponto de congelamento; ponto de ebulição ou ponto de ebulição inicial e faixa de ebulição; inflamabilidade; limites de explosividade inferior e superior/limite de inflamabilidade; ponto de fulgor; temperatura de autoignição; temperatura de decomposição; pH;  viscosidade cinemática; solubilidade; coeficiente de partição octanol/água (valor do log Kow); pressão de vapor; densidade ou densidade relativa; densidade de vapor relativa; características da partícula.

10 – Estabilidade e reatividade

Esta seção indica:

a) estabilidade química: Indica se a substância ou mistura é estável ou instável em condições normais de temperatura e pressão;

b) reatividade: Descreve os perigos de reatividade da substância ou mistura nesta seção;

c) possibilidade de reações perigosas: Estabelece se a substância ou mistura reage ou polimeriza, liberando excesso de pressão ou calor, ou gerando outras condições perigosas;

d) condições a serem evitadas: Lista as condições a serem evitadas, tais como: temperatura, pressão, choque/impacto/atrito, luz, descarga estática, vibrações, envelhecimento, umidade e outras condições que podem resultar em uma situação de perigo;

e) materiais incompatíveis: Lista as classes de substâncias ou as substâncias específicas com as quais a substância ou mistura pode reagir para uma situação de perigo (por exemplo, explosão, liberação de materiais tóxicos ou inflamáveis, liberação de calor excessivo);

f) produtos perigosos da decomposição: lista os produtos perigosos da decomposição conhecidos, resultantes do manuseio, armazenagem e aquecimento.

11 – Informações toxicológicas

Informações mínimas: Descrição concisa, mas completa e compreensível dos vários efeitos toxicológicos à saúde e aos dados disponíveis que foram usados para identificar esses efeitos, incluindo: informação das prováveis rotas de exposição (inalação, ingestão, pele e contato com os olhos); sintomas relacionados às características físicas, químicas e toxicológicas; efeitos imediatos ou tardios e efeitos crônicos da exposição curta ou prolongada; medidas numéricas da toxicidade (como estimativa de toxicidade aguda).

12 – Informações ecológicas

Informações mínimas: ecotoxicidade (aquática e terrestre, quando disponível); persistência e degradabilidade; potencial de bioacumulação; mobilidade no solo; outros efeitos adversos.

13 – Considerações sobre destinação final

Informações mínimas: Descrição sobre resíduos e informações sobre manuseio seguro e métodos de disposição, incluindo o descarte de embalagens contaminadas

14 – Informações sobre transporte

Contem informações sobre códigos e classificações de acordo com regulamentações nacionais e internacionais para transporte dos produtos. Informações mínimas: número ONU;  b) nome apropriado para embarque; classes de perigo de transporte; grupo de embalagem, se aplicável; perigos ao meio ambiente (por exemplo: Poluente Marinho (Sim/Não)); transporte a granel de acordo com os instrumentos da IMO; precauções especiais as quais os usuários precisam ter ciência, ou que devem seguir, durante o transporte ou movimentação dentro ou fora de seus locais.

15 – Informações sobre Regulamentações

Contém informações sobre as regulamentações especificas para saúde, segurança e meio ambiente aplicáveis ao produto em questão.

16 – Outras informações

Informações sobre a preparação e revisão da FDS.

Conclusão

Na prática, a FDS é um baita auxílio para o usuário do produto químico, pois mostra seus principais riscos e sugere proteções para o trabalho com o produto.

As FDS também devem ser utilizadas para treinamento de usuários dos produtos químicos.

As FDS dos produtos sempre são enviadas pelo fabricante junto com os produtos. Como na UFV a compra de produtos químicos geralmente é coletiva, deve ser feita uma cópia da FDS para cada laboratório.

Quando a FDS não for enviada junto ao produto, o usuário do produto químico deve solicitar ao fornecedor/fabricante.

© 2020 Universidade Federal de Viçosa - Todos os Direitos Reservados